Minha terra, meu viver

sábado, 31 de maio de 2008

O Negro no Mundo dos Brancos

O mito existente, no Brasil, é que vivemos numa democracia racial . Mito puro. O que se vive aqui é a tolerância racial, com todos os seus vícios e elogios.
Democracia pressupõe igualdade social, política e econômica, o que não é observado na nação brasileira. Pelo contrário, a miséria no Brasil tem cor! A maioria da população pobre e marginalizada da sociedade é negra ou mulata. O mito de uma suposta democracia racial no Brasil é estabelecido quando se pretende comparar o racismo brasileiro com o racismo norte-americano. Sob essa égide, o Brasil ganha uma conotação puritana, por não haver, em solo brasileiro, uma segregação racial tão objetiva, exposta e normatizada. Aqui, racismo é crime, e isso dá a falsa impressão da inexistencia do preconceito.
A análise criteriosa da sociedade expõe nosso constragimento: a existência de um racismo forte e assistemático no nosso País. Dese a época da escravatura, os negros e os mulatos têm funções sociais secundárias e submissas. A abolição não teve seu efeito devido no âmbito socioeconômico. Não houve políticas de inserção social dos ex-escravos e nenhuma outra política pública que lhes assegurassem a dignidade e a vida. De lá pra cá, os negros e os mulatos compuseram a maioria da população pobre.
Percebe-se, assim, que o racismo daqui apresenta-se de maneira camuflada, mas pode ser tão violento quanto o dos EUA. No entanto, é apreciável que a segregação aqui não seja juridica, porém não é o bastante. A democracia racial só será alcançada quando a miséria for rompida de modo geral, quando os negros e os mulatos tomarem mais consciência da sua devida função nessa causa e se engajarem mais nessa questão e quando o racismo não mais existir no meio social de forma camuflada e disfarçada, quando a isonomia se fizer absoluta.



fundamentado no livro de Florestan Fernades

Nenhum comentário:

Postar um comentário

quem experimenta...