Minha terra, meu viver

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Senhora do Desterro

"Tenho andado distraído
impaciente, indeciso
E ainda estou confuso
só que agora é diferente..."



Fale-me suas estórias
eu te mostro flores e quintais
Fale-me de glórias
eu te mostro canaviais
Fale-me, ela implora
resguardo minhas limas e laranjais
Da areia branca que fui embora
restaram-me as margens de um segredo
restaram-me as lembranças de uma dança
o caracol de cachicol e realejo
Da fina flor de uma criança
restaram-me gargalhadas dum desespero
galopadas no campo de ardor
e memórias distantes de arremesso
Volta agora tudo num centrífugo
De dentro pra fora esparrama pelos dedos
Da egressa me vem o tamanho da saudade
Da alma giratória volta em constância os medos
Fale-me das portas
eu abro meus segredos
Fale-me das derrotas
eu revelo os brinquedos
Fale-me das rodas
e eu te apresento o desterro.

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