Minha terra, meu viver

quinta-feira, 16 de abril de 2009

A Nádia Brito.

Não vivo a esperas de milagres, mas trago comigo uma contínua crença na humanidade.
A água cai no sertão. Chuva do céu. Lágrima do coração.
Rimo como quem necessita de alguma melodia, quando lá fora só se ouve gritos.
é o som que emana agora.
Sonhos, planos, desejos, amores... quanta coisa interrompida em segundos.
Num tiro, a cabeça cheia de ideias desflorece.
Num tiro, as pernas cheias de força se esmoronam.
Num tiro, o corpo cheio de vida esmorece.
"Estudava História, era uma boa menina, líder, talentosa...Teria um futuro maravilhoso, sem dúvidas"
E agora? Pra onde vai tanta glória?
E os sorrisos já dados, perdem-se no espaço, na memória de quem viu um dia?
A morte não me amedronta, não me entristece, não me apavora.
O que me destrói e me desanima é a violência que a traz.
Era só uma menina, assim como tantas outras que andam por aí magistrais.
O medo não foi vencido, senhor presidente. Ainda nos ronda feito bandido.
Aliás, é de bandido mesmo que a gente fala. Bandido é todo aquele que rouba um bem nosso.
Bandido, pois, aquele que, com um tiro, roubou toda uma vida que era pra ser e não foi.