Minha terra, meu viver

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Baby, I'm so alone

Correm-me os rios, os vales, coisas demais
Suspirando os navios, as flores e os capinzais
Estado sombrio quem mora é a cura acesa
Que invade o vazio, a morte e a destreza
No espaço sadio, me invade o tom tristeza
No mesmo arrepio que sai da madrugada ilesa
O meu desvario é a arte do inimigo cortante
A voz do esguio me vem como a da exasperante
Soam-me os pios, os farfalhos de gestos, amém
O grito doentio é o mesmo que me cega também
Ralam-me os vidros de acorde e timbre esfumaçante
Rompe-me o estio, o galho, a sombra do alcance
Desfaz-se o pavio da queima árdua no instante
Com resvalos de cera, de febre e também de sangue
Universo tardio de calma, ninguém consome
A porta que me abriu é, de certo, a que tem fome.