Minha terra, meu viver

sábado, 15 de março de 2008

Ai dor, ai dor
que estranha presença a vossa
Dê-me licença, não bata à porta
Deixai-me só com o meu silêncio...

sábado, 8 de março de 2008



-Amanheceram em outubro, manhãs sem chuvas, sem leis
Uma imagem que nos remeteu ao infortúnio
O fim de tudo ou o fim do mês?
Sequei minhas lágrimas sob o sol
Acompanhando a tua sublimação
E hoje és para mim mais que uma memória
Continua presente em meu coração
E eu não poderia deixar de pensar em ti
Se quantas vezes chorei para te ver
Se nas tardes era contigo que eu estava
Se nas noites era contigo que eu ficava
E como poderia não te sentir?
Se todos os meus dias foram despertados ao teu lado
Se toda a minha infância desenrolou-se ao teu lado
Se no teu colo tinha pedaços de mim...


E já nos foram dias... Dias...
Quantas horas que não foram esquecidas? Quantas preces foram ditas?
Quantos abraços foram dados?
Quantos soluços disfarçados?
Eu ainda não entendo, mas aceito...
Aceito que cada manhã é um início

Que tuas dores agora não vigoram
Que tua paz é o teu regozijo
Aceito que o teu sorriso esteja imperando no Paraíso
Que tuas mãos ainda afagam teus filhos
Que tua voz não exprime mais gritos
Aceito que teu olhar esteja mais vivo
Mais nítido
Mais invisível...
Aceito que teu peito esteja mais descansado
Tuas pernas mais aliviadas
Teu corpo mais despertado
Tua alma mais renovada
E como poderia não poder sorrir?
Se pude estar contigo incontáveis vezes
Se às tardes eu arrumava-me para ver-te
Se na minha meninice era a ti que eu buscava
Se minha vida foi toda ao teu lado
Se meus primeiros versos foram por ti corrigidos
Se meus primeiros versos foram por ti ouvidos
Se minha ultima poesia foi por ti esperada
Ano Novo que se tornou velho
Mas continua severo em minha mente:
Tu deitadas no sofá da frente
Falando palavras a principio sem sentido
E eu nem sabia que era um ultimo aviso
Minha rosa de ouro, minha flor encantada!!!

segunda-feira, 3 de março de 2008

Deitou-me na rocha e fez-se cinza
A carne crua e cruel apontou-me o devaneio
Das pétalas da flor se fez a saudade
E dos botões de girassóis, o medo
Na abrasiva cor de minhas fontes
e do notável som dos meus cabelos
Saiu intrépido o vociferar do teu nome
E o murmúrio do acalanto do teu beijo
Ai quem me dera ousadia e perturbar-te
Na cantoria que me faz teu céu
Eu te cubro de amor e de poesia
Amanhecendo no silencio infiél
Onde as escamas se tornam vazias
E o âmago é um vento de cor
Eu me despedaço no jardim de ambrosia
E tu te refaz no esplêndido incolor