Minha terra, meu viver

sexta-feira, 18 de junho de 2010

E amarei quantas vezes for preciso

Na noite seguinte, abriu-se o chão
De onde saia tanta voz?
De onde vinha tanta água?
Me inundei em lágrimas..e o choro era medroso
medo de nunca mais parar....


Suei todo o calor de uma vida em um segundo. Medo maior não se teve. Não se viu. Sonhei tormentos. Na verdade, sequer dormi. Chorei. Chorei tantas vezes foram precisas. Calei. Silenciei eternamente numa tarde infinita. E me curei de todo o mal, de toda a dor, de qualquer angústia ou sinal de melancolia.
Sempre forte, sempre constante. Rezo por coragem e sabedoria. 
Que me vales falar de Amor e não praticá-lo?
Pratiquei na sua face mais íntima, mais distinta: perdoar.
De tão sofrido lamento, restou-me a mansidão. Mansidão dos meus dias mais dificeis. Mansidão de minhas noites mais precisas, mais necessitadas. Mansidão que todos levam a vida inteira para aprendê-la... E que eu a obtive em um único dia.
Com a dor, a gente se torna mais forte, mais constante, mais sereno, pois.
Com a dor não me distanciarei do que decidi ser a vida toda, do que eu decidi lutar e acreditar a vida toda: 
no Amor.
Nele acredito. Nele confio.
Ainda que me leve dias e dias para levantar.
 Mas a cada queda me torno melhor.
Porque o que me cai são partes que já não interessam mais.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Raimundinha

'5 fios de cabelos me desceram pelas mãos.
Batizei o olhar de 'abre-porta'. Até lá, pensamento balão.
O que fitei foi  uma rosa rosa. Tão rosa ela. Bonita ela.
Mãe, ela já me vem andando.
Caminhando. Que bonita!!!
Mãe, ela me reconhece, me abraça, me faz suas modinhas.
Ai, Mãe, que alívio todo, medo tolo, noite boa
Era só isso que eu queria ver.
Tudo isso que eu desejava ter
Esta noite, minha vida não poderia ser melhor.

sábado, 5 de junho de 2010

Novelo

Eu bem que poderia agora conquistar o mundo.
Dar um salto profundo
Ou poderia muito bem só ficar...
Passar a noite, o dia, quem sabe?
Não há quem sabe
Não há quem cabe
É toda forma louca de Amar
Como pode tantas formas? Tantos jeitos? Tantos versos?
Versões e frases jamais lidas, jamais vistas
No meu peito, bateu a velha angústia
Saudade de quem já foi na vida
Vontade de ser quem não é ainda
Ainda
E serei tanto mais quando nunca pude ser
E terei tanto mais quanto nunca pude ter
E estarei talvez pronta, sem coração verde
Sem sentimentalismos...
Eu não durmo, só levanto
E a cada queda, um pedaço de ti também cai de mim
E a cada 'não', em mim se firma a negação
Silencio
Porque há mais sabedoria no silêncio que em tortuosos gritos.