Minha terra, meu viver

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Não são cinco da tarde, tampouco três... E não estou nada solene nem poética.
Estou só. Sozinha com minhas adagas de tristeza.
Quando ouvirem falar de Amor, lembrarão, consequentemente, de mim.
Lembrarão as palavras apaixonadas que de mim brotaram.
Mas agora, neste momento de nostalgia, meu mundo chora. Chora como uma criança aflita que nem mesmo conhece Israel ou Palestina.
Meu mundo chora, e meu amor ainda está nele. Meus amores ainda sobrevivem.
Todos estão vivos, físicos, presentes. Comigo mesmo, está só eu. Sozinha.
Sem palavras ou gestos que em mim repousem. Sem compreensão ou orgulho.
Só. Como a mansidão de uma tarde sem companhia. Como a loucura da solidão de um dia.
Tenho amigos, namorado e família. E nenhum abraço foi me dado hoje.
Nenhum telefonema, nehuma mensagem, nenhuma voz...
Minha voz. Motivo de tanta tristeza no meu ultimo dia. A falta dela, na verdade.
O que me faz calar diante do meu mundo? Eu não sei. Eu juro.
Perder o Amor por falta de palavras... "Então, não é Amor!"
"O Amor é muito paciente e bondoso, nunca é invejoso ou ciumento,
nunca é presunçoso nem orgulhoso, nunca é arrogante nem egoísta, tampouco rude".
Mas o silêncio incomoda, aflige, enfraquece.
E meu coração sofre. Não há forças em mim agora. Não luto, não reajo, e sinto que perco, a cada dia, perco o que eu chamo de 'Meu Amor'.
Tão pouco ele entende de mim. Não me sabe ler, ou me ignora de vez.
E tanto que eu também o queria ouvir.
Só queria não estar só.
Queria somente que ele tivesse a mesma reação quando da minha ausência.
Queria a segurança de ser tão amada como minha doação.
Queria..uma infinitude de bem-querer. Mas tão finito me parece os abraços em mim dados.
Doados, pois.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Dom Quixote

"Sonhar, mas um sonho impossível
Lutar quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacácvel
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar este mundo
Cravar este chão
Não me importa saber se é terrível demais
Quantas guerras terei de vencer por um pouco de paz?
E amnhã se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Irão saber que valeu delirar
E morrer de paixão
Assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão."


(ao som de M.Betânia)