Minha terra, meu viver

segunda-feira, 9 de junho de 2008

De tão imenso desejo, a verdade.

[A inspiração me soprou como um passo de dança solto no ar... Eu pensei ser um vento o que a brisa não se deixou mostrar.]



As linhas tortas se desentortam com o passar de tudo.
Passa um sorriso, uma noite, um deleite profundo. Passam as tardes, caminham meus dias, nossos dias se resvalam num passo seguro.
O que me era indecisão, veio à tona com impacto. Frustrei minhas pretensões de tentar comandar meu espaço.
O tempo mostrou-se fortuito, e a música um estalo.
Tantos dias, tantos momentos, o que era incerto se acertou.
Descobri uma canção repentina tão linda e de tanta cor, com acordes simpáticos e melodia simplista, mas de tão puro teor. A espontaneidade tornou-se viva, e a canção um redentor.
Para tão envolvente dedicação, tão verdadeiro lamento.
Por todas as frases, poemas, versos, eu nunca os esqueço. Por toda a magia, a cumplicidade e a simpatia, eu te agradeço. Por todo o encanto, o suspiro e o beijo, eu guardo tudo no peito.
Não negarei nenhum segundo de felicidade, nem meus momentos de saudade, nem inquietações ou insuficiências...
Nossos dias serão pra sempre consagrados, nossos passos eternamente já fincados, mas a brisa torna-se extrema.
Eu pensava ser vento o que outrora me soprou, porque era leve e macio, abordava-me com amor.
Sentia um repentino frio toda vez que se mostrava, mas minha mão, que era trêmula ou vazia, já não suava.
Então, veio-me em surdina:

Não sou vento, eu sou brisa;
Não sou caminho, sou uma passagem;
Não sou deveras o que te faltavas
Mas sou tão graciosa quanto o que já te cabes;
Não sou árvore, mas tenho vida
A mansidão do teu nome toma minha face
Por isso me mostro tão digna, de tão puro encanto, de tão eterna vontade
Porque sou eu a voz linda dos teus sonhos
que te lês e te dedicas versos e vaidade
Mas que por vezes erram o meu nome
Então, queira me chamar, por obséquio, AMIZADE.


Assim, encerro minha participação em tão verdadeiro sentimento, parecia ofusco no começo, mas revelou sua tipagem real. Ele surge com palavras ao vento, faz-se em movimento, mas foi sopro ideal.
Idealizei uma vida, uma tarde, um dia... Mas o concreto me segurou.
Descobri um inédito capítulo do meu eu, mas que não se encontra nos braços teus.



3 comentários:

  1. O que se chamava amor passou a ser amizade. Equivocar-se é normal e muito comum, muito comum mesmo.
    Por favor me avise se cometi um erro.

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  2. mas pra se pensar o impensável é preciso pelo menos pensar; tanta coisa acontece e nós não sabemos o porquê dos acontecimentos. todos desfrutam do último pôr-do-sol, porém a menina, que tem uma máquina digital na mão, tira fotos de todas as ações humanas no decorrer de uma tarde ensolarada.
    vê-se logo a frente um cão, um menino e uma bola de futebol. pra poetisa, a imagem que mais se aproximou da vida.tira algumas fotografia e segue o seu caminho.

    ela vai embora. deixa sua máquina digital carregando, e, sentado num bar da esquina, um homem solitário beber uma cervaja e fuma alguns cigarros.

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  3. Poetisa, não trago palavras de consolo. Quem sou eu? Não passo de um tolo. Se pudesse, dar-te-ia a felicidade, mas nem sei o que pensar... por causa de tristezas da grande cidade.

    Vox faucibus haesit, amantes sunt amentes.

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