Minha terra, meu viver

quinta-feira, 3 de março de 2011

Les Escrocs

É como se fosse uma criança
construindo aqueles castelinhos de areia
Me aparecem amiguinhos
Uns maiores, outros pequeninos
Aí, um deles, daqueles que são grandes,
Resolve dizer que tá tudo errado
Logo ele, aquele, que nunca fez castelo nenhum
Nem de areia nem de nada
E quer saber mais que os outros porque se acha maior?
Ora, e ele não sabe que eu vou ter uma torre
E que, pelo menos, o castelo é meu?
Quem diz quantos quartos devem tê-lo sou eu
Digo também que mesmo sendo de areia
A obra é minha, quem quiser ajudar, obrigada
Quem não quiser, com licença
Pior é a cegueira daqueles que, valendo de momentânea posição,
Não querem ver além-mar
Porque se permitir a tanto é 'ajudar demais', 
é ser 'útil demais', é ser 'solidário demais'...
E isso, senhores, não combina com quem se acha deveras grande.
Cá estou do meu tamanhinho
Nem anão nem gigante
Do tamanho perfeito
No meu corpo cabe bem minh'alma venturosa
Noutro dia, me pus a filosofar acerca de tudo isso
E só me resta uma única explicação: somos um todo Espirito.
Essa é a única explicação justa e acabada dos seres humanos
Senão, vejamos:
Se tomo a mim igual aos mentirosos, falsos, larápios, ciumentos, egoistas
Só meu corpo me diferenciaria?
E os dias de torpor e melancolia,
e as decepções?
Por que uns sofrem mais, outros menos?
Injusto seria...
Infelizes são os sem-fé, que se enganam com coisas mundanas
é tão triste isso.
Feliz mesmo fica nosso espírito quando nos apercebemos em vida
que só a beleza, a riqueza e o poder não nos bastam.
Quem tem conteúdo sabe que capas e cascas são mera formalidades.


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